Rio Grande do Sul Registra Recorde de Óbitos por Dengue em 2024

A situação da dengue demanda uma ação coordenada e urgente para conter a propagação da doença e proteger a população gaúcha.

Pela primeira vez na história, o Rio Grande do Sul enfrenta uma crise sem precedentes em relação à dengue, atingindo a marca alarmante de cem óbitos em um único ano. Os dados divulgados nesta quarta-feira (24) revelam um cenário preocupante, com um aumento significativo de casos registrados e uma situação de emergência declarada pela prefeitura de Porto Alegre.

O estado contabiliza um total de 102 mortes por dengue em 2024, o que representa um aumento drástico em comparação com anos anteriores. Mais de 82 mil casos foram registrados até o momento, sendo que cerca de 70 mil deles foram adquiridos dentro do próprio território gaúcho. Esses números contrastam com os registros de 2022, que contabilizaram 66 óbitos, e de 2023, com menos de 39 mil casos ao longo do ano.

Perfil das Vítimas da Dengue

Os últimos registros fatais envolvem uma variedade de vítimas, com destaque para idosos, que representam uma parcela significativa dos óbitos. Marcelo Vallandro, diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS), ressalta a vulnerabilidade dessa faixa etária diante da doença, enfatizando os desafios imunológicos e fisiológicos enfrentados pelos idosos durante a epidemia.

As mudanças climáticas e o fenômeno El Niño são apontados como fatores que contribuem para o agravamento da situação. As chuvas intensas e as temperaturas elevadas proporcionam condições ideais para o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A prefeitura de Porto Alegre declarou situação de emergência em saúde pública após a confirmação da segunda morte por dengue na cidade em 2024.

Alerta e Prevenção

Vallandro destaca a importância de manter a vigilância, mesmo durante o inverno, período em que a temperatura tende a diminuir. Os ovos depositados podem eclodir quando as condições climáticas melhoram, reiniciando o ciclo da doença. A identificação precoce dos sintomas é crucial para o tratamento adequado, sendo fundamental buscar assistência médica ao apresentar sinais como febre alta, dores no corpo, náuseas e manchas vermelhas na pele.

Embora a vacina contra a dengue esteja disponível apenas para crianças e adolescentes até 14 anos, o Rio Grande do Sul ainda não recebeu doses. O estado solicita inclusão no cronograma de recebimento das vacinas, porém, Vallandro ressalta que elas não podem resolver completamente o problema, especialmente devido à limitação de idade para a aplicação.

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Magdalena Schneider

Magdalena Schneider

Bacharel em Psicologia pela Faculdade IENH; especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Universidade Estácio de Sá.
Natural de Dois Irmãos / RS, sempre quis morar em Porto Alegre, e em 2020 realizou esse desejo. Há três anos vem desbravando a capital gaúcha e compartilhando aqui suas experiências.

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