A Enchente de 1941 em Porto Alegre e a construção do Muro da Mauá

A enchente de 1941 em Porto Alegre é considerada a maior enchente já registrada na cidade. Durante 22 dias, nos meses de abril e maio daquele ano, as águas do Guaíba alcançaram uma cota alarmante de 4,76 metros, sendo que a média normal é de apenas 1 metro.

Essa catástrofe natural deixou a cidade debaixo d’água, transformando os barcos no principal meio de transporte. Bairros como Centro, Navegantes, Passo D’Areia, Menino Deus e Azenha foram os mais afetados. A enchente trouxe enormes prejuízos econômicos e sociais, além de impulsionar mudanças na infraestrutura da cidade para evitar futuras tragédias.

Fundação de Porto Alegre – 251 anos de história.

Os impactos da enchente de 1941 em Porto Alegre

Enchente de 1941 em porto alegre
Imagem: Museu Hipólito José da Costa

A enchente de 1941 afetou profundamente a vida dos porto-alegrenses. Cerca de 70 mil habitantes, quase um quarto da população da época, ficaram desabrigados, enfrentando a falta de energia elétrica e água potável.

Além disso, aproximadamente 600 empresas tiveram que suspender suas atividades, resultando em um grande impacto econômico para a região. Os prejuízos causados foram calculados em 50 milhões de dólares.

A solidariedade do mundo com Porto Alegre

Diante dessa tragédia, uma rede de solidariedade foi formada para ajudar os desabrigados. Diversas instituições e voluntários trabalharam incansavelmente para garantir abrigo, remédios e alimentação aos flagelados. A Cruz Vermelha Norte-americana destinou US$ 10 mil para ajudar os flagelados do Rio Grande do Sul.

Consequências sanitárias

A enchente de 1941 trouxe consigo a proliferação de doenças devido à mistura das águas com esgotos e outros resíduos. A população local enfrentou sérios problemas de saúde, exigindo uma resposta imediata das autoridades para lidar com as condições sanitárias precárias.

A construção do Muro da Mauá

construção do Muro da Mauá
Imagem: Paulo Franken / Agencia RBS

Visando evitar a repetição desses problemas, medidas foram tomadas para prevenir enchentes futuras. O Muro da Mauá foi construído ao lado do Cais Mauá, juntamente com um sistema de contenção e drenagem. Essas medidas visavam controlar as águas e proteger o centro da cidade contra futuras inundações.

Impacto na ferrovia e canalização do Arroio Dilúvio

Canalização do Arroio Dilúvio década de 1940 Porto Alegre
Imagem: Coleção Leo Guerreiro / Fototeca Sioma Breitman

A enchente de 1941 em Porto Alegre também teve impactos significativos na infraestrutura de transporte da cidade. Grande parte da Ferrovia do Riacho, que ligava o centro histórico aos bairros da zona sul, foi destruída durante a enchente. Essa perda afetou diretamente a mobilidade e o desenvolvimento da cidade.

Além disso, a tragédia de 1941 deu urgência à canalização do Arroio Dilúvio, que já estava em processo de planejamento desde a primeira metade do século XX e foi iniciada em 1939. A canalização desse arroio visava evitar inundações e melhorar o escoamento das águas pluviais na cidade.

Impacto regional e geográfico

Embora a enchente de 1941 tenha afetado todo o estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre foi uma das cidades mais atingidas devido à sua localização geográfica nas margens do Lago Guaíba. A Região Hidrográfica do Guaíba cobre cerca de um terço da área do estado, fazendo com que as chuvas nessa região fluam para o lago.

As sub-bacias do Guaíba experimentam algumas das maiores precipitações pluviométricas do estado. Durante a enchente de 1941, a precipitação atingiu 791 milímetros. Mesmo após o término das chuvas, um vento sudoeste represou as águas da Lagoa dos Patos, levando-as de volta a Porto Alegre. Estima-se que o tempo de recorrência dessa cheia seja de 370 anos.

A enchente de 1941 em Porto Alegre deixou cicatrizes na cidade

Muro da Mauá Porto Alegre
Imagem: Pedro Piegas / PMPA

A enchente de 1941 em Porto Alegre foi uma catástrofe que deixou marcas profundas na cidade e na vida de seus habitantes. Com uma extensa área afetada, a população sofreu com a perda de suas casas, empresas e infraestrutura.

No entanto, essa tragédia também impulsionou mudanças e investimentos na infraestrutura da cidade, como a construção do Muro da Mauá, a canalização do Arroio Dilúvio e a melhoria do sistema de drenagem.

Essas medidas visavam evitar futuras inundações e proteger a população contra eventos climáticos extremos. A enchente de 1941 é uma parte importante da história de Porto Alegre, servindo como um lembrete da necessidade de planejamento e preparação diante dos desafios impostos pela natureza.

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Priscilla Kinast

Priscilla Kinast

Priscilla Kinast é redatora de web sites há cerca de 8 anos, tendo ao todo 15 anos de experiência com produção de conteúdo para a internet. Graduada em Administração de Empresas (Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre), encontrou sua verdadeira paixão na administração de websites.

Devido sua experiência com redação de conteúdo, obteve registro profissional como jornalista pelo Ministério do Trabalho (Registro Profissional: 0020361/RS).

É porto-alegrense raiz, nascida e criada na zona norte da cidade, mas muito apaixonada pela zona sul e pela orla do Guaíba. Ama a cidade e está sempre em busca de trazer mais informações que possam ajudar seus conterrâneos a curtirem mais o que Porto Alegre tem para oferecer!

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